Em entrevista a Paulo Figueiredo, Eduardo Tagliaferro relatou ter sido notificado, hoje, pela polícia italiana sobre um pedido de prisão feito pelo ministro Moraes no mesmo dia em que concedeu uma entrevista a Allan dos Santos, em 31 de julho. Já em meados de agosto, sua extradição foi formalmente solicitada — uma semana antes da denúncia apresentada pela PGR.
A Justiça brasileira alega que Tagliaferro teria quebrado sigilo funcional com o objetivo de “atacar as instituições brasileiras”, enquadrando o caso como “tentativa violenta de abolição do Estado Democrático de Direito”. Violência com palavras?
Já a Justiça italiana rejeitou o pedido de prisão, mas impôs restrições: Tagliaferro não pode deixar a cidade onde reside e teve seu passaporte retido enquanto tramita o processo de extradição.
O episódio revela o nível de autoritarismo do regime brasileiro: um delator que faz acusações graves contra autoridades torna-se alvo de um pedido de prisão das próprias autoridades delatadas.