Filipe Martins é um preso político. Tal definição não veio apenas de seus amigos ou de quem com ele concorda politicamente: até um jurista ligado à esquerda, como Marcelo José Suano.
Presos políticos não são presos por terem cometido um crime, e sim por terem uma opinião política que o sistema não tolera. Por decorrência óbvia, não existem presos políticos em regimes com liberdade política – não há presos políticos na terra da liberdade que são os Estados Unidos, no lar da representatividade que é a Inglaterra, na grande república francesa – ou ao menos não os deveriam haver.
É apenas uma jogada retórica, portanto, manter Filipe Martins como preso político e alegar, justamente, a “defesa da democracia” e o “risco” contra o Estado democrático de Direito para mantê-lo preso, sem nenhuma acusação de crime.
Filipe Martins não foi acusado de nada. Apenas lembram que uma delação premiada, a mais contestada da história, disse que ele leu um documento (nem sequer o produziu), que estava já sendo discutido na mídia. Nem por isso foi acusado: foi preso sob alegação de “ter saído do país” para “fugir às consequências de uma investigação”.
A investigação seria sobre um fato ocorrido DEPOIS da dita viagem. Pior: nem sequer viajou. Tanto que foi encontrado em Ponta Grossa. Além disso, não há qualquer correlação lógica entre o que quer que tenha feito e os fatos do 8 de janeiro. Para piorar ainda mais, além de Latam, Uber e iFood, até o governo americano já declarou que Filipe Martins não pisou em território americano.
Filipe Martins está preso porque pessoas poderosas não gostam dele. E se Bolsonaro prendesse pessoas sob o mesmo tipo de alegação, como ele seria chamado? Liberdade para Filipe Martins!