Obviamente, há uma malandragem do descondenado em cortejar o Tarcísio, no espírito “dividir para conquistar”.
Porém, Tarcísio não é inocente nesse teatro.
Numa situação normal de pressão e temperatura, seria esperado e até desejável que um governador “conservador” mantivesse relação republicana com um presidente de esquerda.
Mas não é o caso.
O Brasil passa por um estado de exceção, em que os conservadores estão sendo sistematicamente perseguidos, censurados e presos, e a esquerda opera com claro perfil totalitário, em busca da consolidação da sua hegemonia.
O peso político do governo de São Paulo poderia ser usado para denunciar o regime autoritário em curso, cobrando respeito aos direitos fundamentais e à Constituição.
Ao invés disso, Tarcísio resolveu participar voluntariamente do teatro da “democracia forte e vibrante”, o que acaba dando legitimidade ao regime.
Estaria ele se preparando para assumir a posição de líder da direita permitida, numa espécie de neotucanismo, e de Teatro das Tesouras 2.0?
Seria o novo Alckmin? Espero que não, mas é o que fica parecendo.