Lula inicia 2024 apontando o Brasil para o desastre econômico

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O descondenado Lula decepcionou quem esperava uma política econômica mais racional no ano que se inicia.

O BC anunciou que no ano passado, o setor público – União, Estados, municípios e estatais – registrou um déficit primário de R$ 119,6 bilhões, o maior da história, sem contar o ano da pandemia. Para comparação, em 2022 foi alcançado um superávit primário de R$ 137,8 bilhões. Esses números não levam em conta o pagamento de juros sobre a dívida, ou seja, o buraco foi ainda maior.

Haddad, o ministro da arrecadação, prometeu entregar um déficit zero em 2024, contrariando a posição do seu chefe, que deixou clara a vontade de expandir ainda mais os gastos públicos. Mas ninguém em Brasília, ou no mercado, acredita nesse resultado. O próprio TCU aponta que as receitas estão superestimadas, projetando um déficit de pelo menos 0,5%. No mercado, a projeção média dada pelo Boletim Focus é de um déficit de 0,8%. Há quem fale em mais de 1%.

Mesmo diante desse cenário ruim, Lula não parece nem um pouco preocupado em dar sinais positivos ao mercado. Na semana passada, ele foi até Pernambuco para anunciar investimentos de R$ 8 bilhões para expandir a capacidade da refinaria Abreu e Lima, um monumento à corrupção e ao desperdício público que marcou as anteriores administrações petistas.

Orçada em US$ 2 bilhões, num projeto em parceria com a ditadura chavista, a refinaria acabou custando US$ 18,4 bilhões, para alcançar apenas 50% da capacidade projetada.

No seu discurso, Lula produziu fake news braba: “…eu vou dizer uma coisa como presidente da República deste país: tudo que aconteceu neste país foi uma mancomunação entre alguns juízes deste país, alguns procuradores deste país, subordinados ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos, que queriam e nunca aceitaram o Brasil ter uma empresa como a Petrobras”.

Ou seja, ficou claro que o objetivo não era apoiar a Petrobras, mas reescrever o passado, apagando o maior esquema de saque ao país da história. Na verdade, esse tem sido o único propósito da sua presidência.

Em resposta às acusações sem provas apresentadas pelo descondenado, o Departamento de Justiça americano divulgou o acordo que foi fechado pela Petrobras nos EUA, em que a empresa reconheceu os esquemas de corrupção, pagando uma multa recorde de US$ 1,6 bi à SEC, e mais US$ 2,9 bi como reparação aos acionistas da empresa.

Em 2015, a Polícia Federal estimou que o prejuízo da empresa com a corrupção foi de R$ 42 bilhões, sem contar as multas pagas nos EUA. Mas segundo o descondenado Lula, nada disso aconteceu. Foi tudo uma conspiração para prejudicá-lo…

Dando sequência ao escárnio, o governo promove esforços para colocar o ex-ministro Guido Mantega na presidência da Vale. Mesmo que o governo não tenha o controle da empresa, o maior acionista individual é a Previ, com 8,7% de participação. Para quem não lembra, Mantega chegou a ser preso no âmbito da Lava Jato, e foi alvo de várias delações, antes de ter os processos anulados pelo Supremo.

A mensagem passada é que as estatais voltarão a operar como caixa forte para políticos, além de instrumentos de populismo econômico. E dado o desmonte da Lava Jato, ninguém espera que haverá algum tipo de incômodo para eles.

Mas a pior notícia estava por vir: o BNDES, sob comando do companheiro Aloizio Mercadante, anunciou que injetará até R$ 300 bilhões na “indústria nacional”, através de empréstimos e compras de participação.

Para quem esqueceu, um dos propinodutos usados pelas construtoras que pilotavam o grosso do esquema vinha justamente de empréstimos do BNDES, que inclusive serviram para alimentar as ditaduras amigas do PT, em Cuba e na Venezuela.

Não foram apenas as construtoras que se beneficiaram de empréstimos subsidiados, mas também vários outros setores. Na verdade, tudo não passava de uma forma de comprar apoio político do empresariado, estratégia que parece se repetir.

Ademais, não faz sentido algum oferecer empréstimos subsidiados, ou mesmo injeção direta de capital, enquanto impostos são aumentados e as contas públicas sofrem, o que produzirá juros estruturalmente mais altos, prejudicando toda a economia. Ou seja, a sociedade é prejudicada, enquanto um grupo de amigos do rei é beneficiado, como sempre acontece em intervenções estatais.

O mercado sentiu o golpe, com o dólar subindo, e a Bolsa caindo, além da alta dos juros futuros. O cenário só não é pior porque o mercado global segue benigno ao Brasil, mas isso não se manterá para sempre. Quando o vento mudar, o estrago será grande, exatamente como aconteceu na última onda intervencionista, de 2009 até 2015, promovendo a maior recessão da história do país.