CHINA lança PLANO MALUCO de ESTÍMULO da ECONOMIA ALTAMENTE INFLACIONÁRIO: SERÁ o VÔO do DINOSSAURO?

Compartilhar


Head Topics

Pacote na China e queda do petróleo acenam com novo impulso à economia mundial

Exploração E Produção De Petróleo E Gás Natural,Gastos Públicos,Petróleo

As duas notícias recentes mais importantes para a economia mundial acabaram tendo pouco destaque na mídia na semana passada, num momento em que duas guerras e a reta final da campanha eleitoral americana dominam o noticiário. Mas o pacote de estímulo chinês e a confirmação do aumento de produção de petróleo pela Arábia Saudita podem dar um novo e considerável impulso à economia mundial, inclusive para o Brasil.

Ao longo da semana passada, a China anunciou um amplo pacote de estímulo econômico baseado num tripé de medidas: 1. corte nas principais taxas de juros e outras medidas de alívio monetário; 2. linhas de crédito para investidores e empresas recomprarem ações; e 3. indicação de um programa de gastos públicos ainda a ser detalhado.

O pacote visa estimular o consumo e injetar confiança, para tentar ajudar o país a superar o momento atual de fragilidade da economia. Economistas comparam a situação atual da China com o longo período de estagnação do Japão. Para críticos, o pacote deve trazer alívio imediato, mas corre o risco de agravar uma das causas da fragilidade atual, que é justamente o excesso de endividamento.

O resultado imediato foi a melhor semana no mercado de ações chinês em 16 anos, com alta de mais de 17% do índice CSI 300 da Bolsa de Xangai.

Mas o impacto global do pacote, que dependerá da dimensão das medidas fiscais, poderá ser uma retomada do consumo e do investimento na China, o que geraria novo período de alta das principais commodities e beneficiaria países exportadores, como o Brasil. As cotações do minério de ferro e do cobre já subiram na semana passada. Na esteira da crise financeira de 2008, o pacote de estímulo adotado à época pela China ajudou o Brasil a se recuperar rapidamente.

Também na semana passada, fontes ligadas ao governo saudita confirmaram que o país vai abandonar a política atual de corte da produção de petróleo. O objetivo dessa política era manter apertada a oferta, para tentar elevar o preço da commodity. Mas o aumento de produção de países de fora da Opep (em especial dos EUA) e a demanda fraca na China vinham pressionando para baixo a cotação do barril de petróleo.

Diante desse cenário, os sauditas decidiram aumentar gradualmente a produção para recuperar fatia de mercado perdida para outros produtores. Esse aumento tem o potencial de jogar ainda mais para baixo o preço do petróleo nos próximos meses. Previsto inicialmente para outubro, esse incremento de produção foi adiado para dezembro, possivelmente para não afetar a eleição nos EUA. Uma queda no preço da gasolina poderia favorecer a candidata democrata Kamala Harris e prejudicar o republicano Donald Trump.

Essa nova política saudita causará múltiplos efeitos sobre a economia mundial, cuja intensidade dependerá de quanto cairá a cotação do petróleo. A redução do preço teria um efeito positivo para todos os principais países consumidores e importadores. Na semana passada, a cotação do petróleo tipo Brent, referência mundial, já caiu 3%. A queda só não foi maior devido ao temor de um agravamento da guerra no Oriente Médio (leia mais acima). Com a previsão de faturamento menor, as ações das principais empresas de petróleo caíram na semana passada.

Uma das vítimas da guinada na Arábia Saudita pode ser a Rússia. Petróleo e derivados são os produtos mais exportados pelos russos. A exportação russa já está em nível baixo devido às sanções ocidentais. Uma perda maior de arrecadação com a queda do petróleo seria um duro golpe à economia russa e poderia afetar o financiamento da guerra na Ucrânia.

As implicações geopolíticas da decisão saudita também são importantes. Os sauditas vinham há anos resistindo à pressão dos EUA para aumentar a produção de petróleo. Uma queda no preço do petróleo afetará as finanças sauditas, mas o país tem colchão financeiro para suportar o impacto. Mas afetará também as finanças de Rússia e Irã, países que estão sob sanções ocidentais. O Irã é o principal adversário regional dos sauditas e vem estreitando relações com a Rússia, sendo hoje importante fornecedor de armas usadas por Moscou na guerra na Ucrânia. Assim, o aumento da produção de petróleo pode indicar novo alinhamento da Arábia Saudita com os EUA, após período de relações estremecidas.


Fonte: https://valor.globo.com/mundo/noticia/2024/09/30/pacote-na-china-e-queda-do-petroleo-acenam-com-novo-impulso-a-economia-mundial.ghtml