“Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração” (Mt. 6:21)
O tesouro que todo homem intelectual sério deveria desejar não são as migalhas desse mundo, as coisas materiais e os detalhes que passam, mas tudo aquilo que o engrandece e tem valor de eternidade.
O que te faz brilhar os olhos… o respeito dos seus pares de profissão ou a maturidade pessoal que busca crescer e se desenvolver cada vez mais?
Infelizmente, poucos são os que percebem a necessidade de se concentrar neste caminho e não naquele, confundindo solitude com solidão; poucos se dão conta dos malefícios que essa cultura científica de autoconsumo circular e efêmera pode causar.
A virtude do homem intelectual é seu coração que se alarga para abarcar a totalidade da realidade.
A virtude do homem intelectual é seu desejo por estar entre as grandes coisas, ainda que, por vezes, pequenas em aparência.
A virtude do homem intelectual é a rejeição de toda especialização mesquinha que limita e vicia o olhar.
Nós não temos o controle de nada, não temos o direito de tomar a realidade de assalto, como se fosse nossa – apenas fazemos parte de algo infinitamente mais grandioso que nós: a própria existência.
Portanto, só nos resta contemplar.
Uma contemplação ativa, de quem olha conscientemente e busca tudo aquilo que é Bom, Belo e Verdadeiro – que se manifesta naturalmente a todos, mas se deixa conhecer somente por quem tem o real interesse.
