Após paralisação histórica, jornalistas aguardam nova proposta das empresas; mobilização repercute nas redes, nos veículos de imprensa e até em live de Bolsonaro
Com adesão massiva da categoria à paralisação do último dia 10, aumenta a pressão para que patrões melhorem significativamente a atual proposta de reposição das perdas
Por Redação – Sindicato dos Jornalistas de São Paulo
Salas virtuais de mobilização cheias, trending topic no Twitter e até os comentários (infelizes, jocosos e irônicos, é claro) de Jair Bolsonaro em sua live semanal. Após a paralisação de jornalistas que estão na campanha salarial de jornais e revistas da capital, a repercussão da mobilização reflete o histórico momento protagonizado pela categoria. Mas agora, as e os profissionais aguardam uma nova proposta dos patrões, com a expectativa de um avanço nas negociações para a reposição das perdas inflacionárias para todos os salários.
A paralisação pelo período de duas horas se estendeu às grandes redações da capital, com participação massiva em todos os veículos: Folha de S.Paulo, Estadão, Valor Econômico, Editora Abril, Editora Globo, O Globo e UOL, além da solidariedade de profissionais de outros órgãos de comunicação, como a Ponte.
(…)
Você sabia que os jornalistas fizeram esta paralisação?
Eu também não. Nem notei. Durou 2 horas. Podia durar dias ou semanas, não teria notado do mesmo jeito. Sabe por que?
A circulação dos veículos tradicionais vem caindo dia a dia. Sempre que viajo ao interior ou a outros estados procuro uma banca de revista para perguntar o número de exemplares de alguns veículos que já tiveram destaque no país. Folha, Estadão, Veja, Exame, etc. A resposta é sempre a mesma. Vem meia dúzia de cada e recolhem quase todos na edição seguinte.
Os jornalistas fizeram uma paralisação de só 2 horas e voltaram a trabalhar sem conseguir nenhuma reivindicação. Pelo simples fato de que os veículos para os quais trabalham estão quebrados.
Quem paga diretamente seus salários é sua audiência. Ela exige respeito e confia em quem fala a verdade sem manipulações. Só isso.
Boa Sorte Brasil!
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“O verdadeiro método, quando se tem homens sob as nossas ordens, consiste em utilizar o avaro e o tolo, o sábio e o corajoso, e em dar a cada um a responsabilidade adequada.”